Dicas

Treinamento Funcional para o Motocross

Trabalho pode desenvolver capacidades físicas específicas do Esporte


O Piloto de Motocross inglês Adam Chatfield realizando Treinamento Funcional

Muito divulgado atualmente nas academias, o treinamento funcional é um trabalho que envolve diferentes capacidades físicas, com a combinação de vários exercícios relacionados à especificidade da vida diária. Quando nos referimos ao treinamento funcional para uma determinada modalidade esportiva, isso nos remete ao fundamento científico de treinamento desportivo chamado princípio da especificidade do movimento.

Qualquer que seja o programa de treinamento, deve-se treinar com a finalidade de desenvolver as capacidades físicas específicas, necessárias para realizar uma determinada habilidade motora ou gesto esportivo. Este princípio científico impõe como fundamental característica, que sejam montados e impostos nos treinamentos, requisitos específicos da performance esportiva com relação às qualidades físicas envolvidas, sistema energético preponderante, segmentos corporais utilizados, ambiente competitivo e ações psicomotoras realizadas durante as provas.

Baseado nestas informações, temos que diagnosticar, estudando o motocross como uma modalidade terrestre motorizada de movimentos acíclicos, envolvendo as seguintes qualidades físicas: resistência aeróbia e anaeróbia, resistência muscular localizada, força dinâmica e estática, flexibilidade, velocidade de movimentos e de reação, agilidade, equilíbrio dinâmico e recuperado, coordenação motora fina e grossa, e descontração total e parcial. Sabendo disso, o programa deverá incluir estratégias de treinamento o mais específico possível da modalidade para que haja em cada qualidade física a perfeita adaptação neuromotora e metabólica.


Stefany Serrão, Campeã Brasileira e latinoamericana de Motocross Feminino, também é adepta da prática
Quanto ao sistema energético envolvido, comprovamos por meio do estudo com o Motocross que realizamos na Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina em 2002, e também posteriormente em artigos científicos de Portugal e da Finlândia que o metabolismo aeróbio (atividade de longa duração e baixa intensidade) predomina em relação ao anaeróbio (atividade de curta duração e alta intensidade) e que deve se adaptar o treinamento às condições ambientais e de intensidade da prova.

Com relação aos segmentos envolvidos, encontramos algumas divergências levando em consideração o nível técnico dos pilotos. Existe sim uma solicitação maior de membros superiores em relação à membros inferiores para pilotos amadores, o que não acontece com pilotos profissionais altamente técnicos, segundo evidências científicas. Há uma solicitação significativa para membros inferiores, o que não significa que não se deva trabalhar de forma específica os braços, ombros, peito e costas. A coluna vertebral, altamente sacrificada na modalidade, deve, junto com o abdome, ser treinada exaustivamente.

Para as situações de prova, é necessário vivenciar o ambiente e ações psicomotoras que o motocross exige, ou seja: treinar no horário da prova, com a temperatura ambiente e umidade relativa do ar, sol ou com chuva, terreno duro ou arenoso, com pó ou sem pó; utilizar sempre os equipamentos de proteção, hidratar-se adequadamente com as bebidas que serão utilizadas no dia da corrida, acostumar-se com a dieta utilizada pré e pós competição, treinar a concentração, trabalhar buscando metas de performance na pista.

O importante é entender que neste princípio científico, é de vital importância treinar o que se quer melhorar na modalidade. Se o objetivo é a máxima performance no esporte, é necessário trabalhar de forma estritamente específica, respeitando sempre a individualidade do piloto. Como em qualquer esporte, entre outras atividades físicas que o atleta trabalha no seu período de treinamento, a fim de melhorar o seu desempenho, o maratonista treina correndo, o ciclista pedalando, o boxeador socando e o nadador nadando. Isto não significa que o piloto só treina acelerando, mas sim buscando estratégias de trabalho dentro e fora das pistas que se aproximem ao máximo das situações de prova.

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Bom Treino!..

Prof. Roberto Cesar de Oliveira
Professor de Educação Física e Fisiologista do Exercício
Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
Contato: performa@uol.com.br

















Por: Roberto Cesar de Oliveira
Fonte: www.motox.com.br 
Fotos: Arquivo MX Training

Data: 12/12/2014

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