Avaliação: UTV Can-Am Maverick Trail DPS!..
Avaliação: Can-Am Maverick Trail DPS proporciona liberdade na trilha
Novo UTV da canadense Can-Am foca na diversão unindo o útil ao agradável. Um veículo recreativo para ser utilizado em passeios no fora de estrada
A vida de jornalista automotivo possibilita avaliar desde carros “normais” a jatos do asfalto, com mais de 600 cv de potência, ou modelos tabelados a mais de R$ 1 milhão. E nessa rotina imprevisível, às vezes surgem convites para experimentar algo diferente. Para início de conversa, você sabe o que é um UTV? A sigla para Utility Vehicle ou Utility Task Vehicle designa um veículo Todo-Terreno utilizado seja no trabalho, em sítios/fazendas, quanto em Competições, como o Rali Dakar, cuja próxima edição ocorrerá de 6 a 20 de janeiro de 2018, com etapas passando pelo Peru, pela Bolívia e pela Argentina. Mais acostumado a enfrentar diariamente as Trilhas do asfalto que do Off-Road, encarei a oportunidade de conhecer o novíssimo Maverick Trail DPS.
Esse lançamento da canadense Can-Am consumiu apenas dois anos e meio para ir do conceito à produção. Agora ele chega ao Brasil por R$ 53.990 convivendo junto dos Quadriciclos e dos veículos da Can-Am Defender (utilitário específico para o trabalho), Comander e Maverick X3 (esportivo de alto desempenho). Este último, lançado em 2017 e vencedor do Rally dos Sertões deste ano. Aliás, a família Can-Am Maverick é cinco vezes Campeã do Sertões.
Há tempos não guiava um UTV e já havia me esquecido do quanto eles são bacanas. E diversão é a palavra que o melhor define. Ao contrário do Maverick X3, o Maverick Trail é um produto de entrada desenvolvido para ser utilizado tanto em passeios em grupo quanto em família. A empolgação de matar as saudades desse tipo de veículo era grande, mas segurei a ansiedade para reparar primeiro nos detalhes. A começar pela chamativa e bela cor amarela Sunburst (única disponível no Brasil) e depois em outras particularidades encontradas nos carros atuais, como os faróis com LED e computador de bordo, por exemplo.
Hora de sujar de lama
Antes de vestir o capacete passei a olhar fixamente para o Maverick Trail e fiquei imaginando o seu comportamento dinâmico. Ao dar a partida, o ronco do motor aspirado Rotax V-Twin de 800 cilindradas já dava uma palhinha do que me aguardava. Como já disse anteriormente, fazia um tempinho que não guiava um UTV, porém, logo nos primeiros metros eu e o Maverick Trail já éramos íntimos e amigos de longa data tamanha a sua facilidade de pilotagem. E a sensação de liberdade é outro grande atributo dos UTVs. Afinal, não há teto, para-brisas e portas (cobradas opcionalmente, assim como o sistema de áudio). De acordo com a Can-Am, mais de 100 acessórios estão disponíveis no Maverick Trail.
Embora a Can-Am não divulgue o torque, a força disponível em baixas rotações faz toda a diferença, principalmente para vencer as adversidades ou sair de um atoleiro. A potência é de 51 cv. Em marcha lenta, o propulsor gira entre 1.200 e 1.250 rpm transmitindo um baixo nível de vibração. Já ao afundar o pé no pedal do acelerador, o giro sobe rapidamente para 6.000/6.500 rpm. Já a potência é de 51 cv. De acordo com o fabricante, todas as entradas de ar para refrigeração foram redesenhadas sendo uma delas dedicada exclusivamente para a transmissão CVT (continuamente variável), que passou a ter uma nova correia conectada entre as polias para oferecer uma maior durabilidade. Anteriormente, ela aquecia e, em determinados casos, podia acarretar no seu rompimento deixando o condutor na mão no meio da trilha. Os freios ventilados de 220 mm na dianteira e na traseira são verdadeiras âncoras e estancam o UTV ao pisar no pedal. No entanto, você os usará pouco, pois o bom freio motor ajuda a segurar os ânimos nas descidas. Com a alavanca na posição L (Low) ele é intensificado.
Apesar dos 3,005 m de comprimento (64 cm mais curto comparado ao jipinho Suzuki Jimny ou 55 cm em relação ao diminuto Chery QQ), o tamanho da cabine (batizada de Ergo-Lok) agrada graças ao bom entre-eixos de 2,301 m. A posição de dirigir é baixa e os dois confortáveis bancos conchas seguram muito bem o corpo e ainda não mal trataram as minhas costas. Os cintros de segurança são de três pontos, porém, opcionalmente o cliente pode instalar o de quatro pontos. Ainda em segurança, segundo o fabricante, a gaiola de proteção passa pelos mais rigorosos testes de capotamento americanos.
As suspensões independentes nas quatro rodas com amortecedores a gás de cilindro duplo são calibradas especificamente para as trilhas e fiquei impressionado pela forma como o conjunto transmite confiança ao copiar muito bem o piso, além de não transmitir as imperfeições tanto para dentro do habitáculo quanto para o volante. O curso do conjunto dianteiro é de 25,4 cm, enquanto o traseiro é de 26,7 cm. Embora seja estreito, com 1,270 m, e altinho tendo 1,753 m, dificilmente você irá capotar tamanho o equilibrio desse UTV. E o cojunto só deu final de curso nas imperfeições mais elevadas. Aliás, a altura em relação ao solo é de 25,4 cm. Já a direção elétrica é precisa e o bom ângulo de esterçamento das rodas dianteiras facilitou a minha vida na hora de fazer manobras para sair de apuros. Ao passar por trechos enlameados o diferencial traseiro com autoblocante cumpriu seu papel e não deixou o Maverick Trail atolar. Aliás, por meio de um seletor no painel é possível escolher entre a tração 4×2 ou 4×4. A sua capacidade de reboque é de 680 kg e a da caçamba de 136 kg. O tanque de combustível leva 38 litros.
Assim como em alguns carros, esse UTV também oferece o seletor de modos de condução, com os programas ECO e Sport, que mudam as respostas do pedal do acelerador. A distribuição de peso é próxima do ideal na ordem de 42% no eixo dianteiro e 58% atrás. Na hora da manutenção fique tranquilo, pois é grande a facilidade de acesso para substituir algum componente.
Fonte: www.motorshow.com.br
Editado por: Pedro Paulo Lins - Pepa
E-mail: pepalins@hotmail.com
Fotos: Rodrigo Philippis / Can-Am
Data: 01/01/2018