Stefany Serrão é Campeã Latinoamericana de Motocross Feminino!..
Stefany Serrão
Paulista de 18 anos é campeã latinoamericana de Motocross Feminino
Stefany Serrão comemorando no centro do pódio o título de campeã latinoamericana de Motocross Feminino |
A paulista Stefany Serrão, de 18 anos, trouxe ao Brasil o título inédito de campeã latinoamericana de Motocross Feminino. A conquista foi garantida no dia 17/08, em Tangancícuaro, no México. A Piloto era a única representante brasileira na Competição e, logo nos treinos, quando foi a mais rápida, foi apontada como a grande favorita na disputa.
A vitória foi debaixo de chuva, mostrando ainda mais a habilidade e preparo de Stefany para a competição. Apesar de breve, a experiência acrescentou muito na carreira da piloto, que pretende crescer ainda mais na modalidade e cumprir novos objetivos.
Confira como foram as disputas nas palavras da Piloto:
Etapa única da Competição foi realizada no México |
A brasileira concentrada antes de entrar na pista |
Stefany Serrão: Obrigada. Bom, eu venho treinando intensamente há algum tempo já, mas em específico, este ano contei com o auxílio dos meus companheiros de equipe, principalmente o Jean (Ramos), que me ajudou bastante. Além disso, tenho investido muito na parte física, que fica por conta do meu personal Roberto (César de Oliveira), que tem a coluna de preparação física aqui mesmo no site.
MotoX: Você começou cedo no motocross, pratica a modalidade desde as categorias de base. Tudo era como uma brincadeira ou desde o início você pensou em uma carreira profissional no esporte?
SS: Começou como uma brincadeira de criança. Meu pai tem negócios no meio e me levou para assistir a uma corrida. Foi paixão a primeira vista (risos).
MotoX: Em algum período você pensou em parar de competir?
SS: Acho que todo atleta tem altos e baixos. Já pensei sim, quando operei o meu joelho pela segunda vez em 2012.
MotoX: Ao ter o primeiro contato com a pista de Tangancícuaro, quais foram as impressões? Havia muitas diferenças em relação às pistas brasileiras? Algum choque?
SS: Nossa, eu fiquei impressionada. Eu sabia que teria que dar o meu melhor desde o início, pois o chão arenoso é algo que eu não tenho aqui, e isso me impressionou bastante, mas o estilo me agradou muito, bem natural.
A Honda CRF 250R com a qual Stefany disputou a competição |
A piloto fazendo graça pra foto ao lado do pai, Dener Serrão, durante a viagem |
SS: Contei com uma CRF 250 2014. Um mecânico me deu o suporte lá, mas eu corri com a moto toda original.
MotoX: Conte um pouco sobre as corridas. Como foram as largadas, ultrapassagens, etc.?
SS: Eu larguei muito mal. Era no asfalto. Saí no segundo pelotão, mas tinha estudado muito bem a pista e sabia onde fazer as ultrapassagens corretas. Na primeira bateria alcancei a liderança na segunda volta. Dei um tiro e depois mantive a distância para vencer sob um forte calor, com 20 segundos de vantagem.
Na segunda, consegui largar um pouco pior (risos). Quase me envolvi em um acidente logo no início e saí bem para trás. Na terceira volta, alcancei a líder hondurenha e já ultrapassei, liguei o modo turbo e fui até o final. Tomei uma picada de vespa a três voltas do fim, começou a chover e graças a Deus eu estava bem na frente. Consegui vencer com quase 50 segundos de vantagem.
MotoX: Desde os treinos você impôs um ritmo bem superior ao das adversárias. Apesar disso, você ficou insegura em relação à conquista do título em algum momento?
SS: Se eu falar que não, vou estar mentindo. De sábado pra domingo, fiquei bem ansiosa, afinal, não adiantava nada fazer todos os primeiros tempos e perder as corridas. Mas, logo depois do warm-up, me soltei mais ainda e percebi que era o meu dia, o meu momento. Parei e pensei: eu dei muito duro pra chegar até aqui, a minha hora é agora, não vou amarelar nem a pau, não vou errar, vou ganhar! Então, me foquei ao máximo para as duas baterias.
A campeã aguardando o momento da vistoria na sua moto |
As credenciais de acesso ao evento |
SS: Um pouco, eu tenho um jeito mais suave, elas não, é mais agressivo. Isso varia também de piloto para piloto.
MotoX: Das concorrentes, alguma te impressionou ou chamou atenção?
SS: A Alexandra (Lopez, de Honduras, vice-campeã da competição) e a Maria (Lorca, da Venezuela, terceira colocada) são ótimas pilotos, sabem andar de moto muito bem.
MotoX: E fora da pista, como foi o contato com as outras pilotos?
SS: Comecei a me enturmar depois dos treinos. Não poderia ter sido melhor, fiz uma grande amiga, a argentina Dalila Hidalgo, que me ajudou bastante, mas o restante das meninas me acolheram muito bem também.
MotoX: Você conheceu pilotos de diversos países na competição. Ao seu ver, como está o motocross feminino na América Latina?
SS: Está caminhando, numa crescente evolução. Se você for ver, a (Mariana) Balbi competiu em alto nível no Mundial, fez bonito, ou seja, o nível está alto.
Banner da prova com o nome da brasileira junto com a bandeira nacional |
MotoX: O que falta para o motocross feminino se fortalecer no nosso país?
SS: Falta apoio por parte da fábricas, dos patrocinadores, mas principalmente da Federação. Para você melhorar, tem que correr, competir. Ter uma etapa no ano valendo o título não é correto, não é assim que vamos melhorar, falta união também.
MotoX: De volta ao Brasil, o que você trouxe de aprendizado na bagagem para colocar em prática nas pistas?
SS: Eu trouxe a experiência, ter que me virar em condições difíceis.
Pista "La Quebradora" foi palco do campeonato |
MotoX: Já está de olho em outra competição internacional?
SS: Por enquanto não, meu foco é aqui.
MotoX: Quais são os planos para o término da temporada 2014 e para 2015?
SS: Tentar subir ao pódio na MX3, vencer a MXF na Copa Minas Gerais de Motocross e brigar pelo titulo feminino no brasileiro.
Stefany foi mais rápida que as adversárias desde os treinos |
MotoX: Stefany, parabéns e muito obrigado!
SS: Gostaria de agracer a vocês por desde o início me ajudarem bastante, meus patrocinadores, a Honda, IMS, Vulcano, General e LS2, agradecer aos meus pais, minha família, equipe, Frank Galvão (mecânico e preparador), Jean e aos meus amigos pela força. Sem vocês eu não teria chegado até aqui! Valeu!
Mais uma imagem do circuito mexicano |
Chuva deixou o traçado mais difícil no momento das corridas |
Área de box da brasileira, ao lado de uma concorrente de Porto Rico |
Por: Carolina e Maurício Arruda
Fonte: www.motox.com.br
Fotos: Stefany Serrão (Arquivo Pessoal) / Maurício Arruda / Divulgação
Data: 29/08/2014